Segundo Émile Durkheim: "Se um aluno chegasse à escola
vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação muito
desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme bronca
e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada. Existe um modo de
vestir, que todos seguem. Isso é estabelecido. Quando ele entrou no grupo, já
existe tal norma e quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. Quer a
pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma
punição."
O modo de se vestir é um fato
social. São fatos sociais também a língua, o sistema monetário, as religiões,
as leis e uma infinidade de outros fenômenos do mesmo tipo.
Para Durkheim, os fatos sociais
são os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social. Embora existam na
mente do indivíduo, são exteriores a ele e exercem sobre ele poder coercitivo.
Se não me submeto às normas da
sociedade, se ao vestir-me não levo em conta os costumes seguidos no meu país e
na minha classe, o riso que provoco e o afastamento a que me submeto produzem,
embora de forma mais atenuada, os mesmo efeitos de uma coação propriamente
dita. Aliás, apesar de indireta, a
coação não deixa de ser eficaz.
Não sou obrigado a falar a
língua de meu país, nem a usar as moedas legais, mas é impossível agir de outro
modo. Se tentasse escapar a essa necessidade, minha tentativa seria um completo
fracasso. Se for industrial, nada me proíbe de utilizar equipamentos e métodos
do século passado: mas se fizer isso, com certeza vou arruinar-me. Mesmo quando posso liberta-me
e desobedecer, sempre serei obrigado a lutar contra tais regras. A resistência
que elas impõem são uma de suas forças, mesmo quando as pessoas conseguem
finalmente vencê-las**.
Todos os inovadores, mesmo os
bem sucedidos, tiveram de lutar contra oposição desse tipo.
Questões que interessam ao
sociólogo:
Por que um soldado deve lutar e
enfrentar a morte, quando poderia esconder-se ou fugir? Por que o homem se casa
e assume responsabilidades de família, quando poderia, com a mesma facilidade,
satisfazer seus impulsos sexuais fora do casamento? (Essa é boa!)
As primeiras tentativas de
estudo sobre a sociedade humana começaram com os filósofos gregos Platão, em
seu livro República, e Aristóteles, com Política.
Santo Agostinho, na sua obra A
Cidade de Deus*, achava que os homens e sua cidade reinavam o pecado. Com o Renascimento, surgiram
autores que trataram os fenômenos sociais num nível mais realista: Maquiavel (O
Príncipe), Tomás Morrus, (Utopia) e Francis Bacon, em Nova Atlântida. Mais
tarde, outras obras importantes deram grande contribuição às Ciências Sociais:
O Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdã (esse já li, escrito em 1400 e pouco - é muito bom e atual), e O Leviatã, de Tomás Hobbes. No século XIX - com
Augusto Comte e principalmente Émile Durkheim e KarI Marx - a investigação dos
fenômenos sociais ganhou um caráter verdadeiramente cientifico.
Erasmo de Roterdã |
Fonte: "O que é
Sociologia" - Autor: Carios B. Martins/Introdução à sociologia - Pérsio
Santos de Oliveira
http://www.portalimpacto.com.b/docs/01EdilsonVestAula01IntroducaoaSociologia.pdf
Tava na hora de algum
conteúdo neste espaço!
* referência que eu não sabia
(de onde saiu o nome do filme).
**E eu que, inocente, escrevi
isto no auge da adolescência, com 14 anos:
Revolta
Temos que ser como desenhos
animados
Divertidos, coloridos até, com
leves tons,
Pra não ferir os olhos
De quem ri de nossas desgraças.
Talvez sejamos idiotas completos
Por não querer admitir,
Ou então gênios incompreendidos
Confundidos com o que o sistema
nos obriga a engolir.
O que se pede é uma miserável
chance
De ser feliz e abdicar da
podridão;
Porque nós fomos esculpidos como
os outros,
Somos cegos que rumam ao fundo
do abismo.
Complexo de inferioridade
Sem a chance de virar a mesa
Sofrimento, ironia decadente,
Psicologicamente revoltado.
Mesmo assim clamo às vezes:
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